Caos: Parque da Aclimação está sem administração própria

A situação do parque, que já era muito ruim, passa a ser dramática. Na última reunião do Conselho Gestor, realizada nesta segunda-feira dia 22 de abril, foi comunicado que a administradora do parque havia deixado o cargo. O administrador do Parque da Independência foi designado pela Prefeitura para cuidar do Aclimação e acumula agora os dois parques. Pior: segundo o próprio “administrador duplo”, não há nenhuma previsão de nomeação de alguém para cuidar do parque.

         Com relação à superpopulação de gatos, ficou claro, ainda mais com esta administração improvisada, que o que está ocorrendo é uma autogestão das gateiras. Elas alimentam os animais abandonados como e onde quiserem, administram os horários, fiscalizam e reclamam de qualquer coisa que as incomode, mantendo a situação calamitosa da explosão populacional felina, sem nenhum controle ou supervisão do poder público. Na verdade, sem participação alguma do poder público.

Esse método está claramente se mostrando ineficaz, pois na reunião desta segunda-feira foi comunicado que será feita nova rodada de castração, poucos meses depois de ter sido feita uma grande campanha com este fim. Ou seja, novos animais não param de ser abandonados em um parque já contaminado e a população de gatos só aumenta.

         Os parquinhos infantis, por sua vez, receberão uma reforma através de uma emenda parlamentar do vereador Dalton Silvano (DEM) no valor de R$ 350 mil. No projeto serão extintos todos os tanques de areia para as crianças e não há previsão alguma de limpeza das áreas infantis ou manutenção dos espaços. A verdade é que ficaria tudo ao léu.

A questão da manutenção foi longamente debatida na reunião, e o administrador interino reforçou o discurso geral da Prefeitura na frente de todos os presentes: não há nem haverá manutenção fixa no Parque da Aclimação.

Os conselheiros e frequentadores, por sua vez, questionaram a eficácia de se investir dinheiro público apenas em reformas sem discussão alguma com a sociedade e sem enfrentar dois pontos básicos: 1) não prevê nenhuma manutenção e 2) não há rigorosamente nenhum projeto para a contenção do foco de contaminação– os animais abandonados.

         Abandono gera abandono. Além de perdemos nossa administradora, a interdição dos parquinhos teve outra consequência ruim para os frequentadores: foi fechado um dos sanitários do parque, situado na entrada da Rua Sebastião Carneiro, no portão 4. Com isso, perdemos também mais um funcionário de limpeza.

         O encontro terminou com uma promessa de se marcar uma reunião entre o Conselho Gestor, a Secretaria do Verde, a Zoonoses e a sociedade civil no mês de maio, para discutir essas e outras questões.

Contamos com a participação de todos no acompanhamento e divulgação das discussões. Se gostou do movimento, ajude a espalhar esse site e seus textos nas redes sociais e por WhatsApp!

A presença de crianças se tornou uma constante nas reuniões do Conselho. Nesta, haviam cerca de 10 delas, de várias idades, na sala e no espaço em frente. (Foto: Erikson, pai do João César)