Reforma dos Parquinhos custará meio milhão e população sequer discutiu projeto

Na última reunião do Conselho, neste domingo 4 de agosto, os conselheiros foram informados que a reforma dos 3 parquinhos infantis – 2 deles interditados – já foi licitada e custará em torno de R$ 500 mil. O Conselho Gestor do Parque, contudo, não teve acesso, não debateu e nem aprovou o projeto. Muito menos os frequentadores do parque.

E sempre é bom lembrar que os conselheiros são eleitos por votação direta pela população para representá-la nas questões relacionadas ao parque.

Por outro lado, uma boa notícia é que foi incluído no projeto de um dos parquinhos um tanque de areia, demanda do Movimentos de Mães e Pais da Aclimação. Como o parque não tem manutenção e a superpopulação de gatos não foi reduzida, infelizmente o tanque deverá ser cercado. Mas já é um avanço.

Gatos seguem sem controle. E parquinhos, contaminados

Como é do conhecimento de qualquer frequentador, o problema dos parquinhos não é falta de reforma e, sim, a contaminação por fezes e urina de gatos abandonados. Estima-se que hoje existam mais de 100 animais soltos irregularmente pelo parque, provocando uma série de impactos – ambientais e junto aos frequentadores, principalmente as crianças.

Os números são extraoficiais. Desde que foram cadastradas cuidadoras para alimentar os animais, o poder público se omite em cuidar da questão. Não informa nem os números oficiais de gatos abandonados. E, apesar deste cadastro de gateiras, qualquer um pode alimentar gatos quando e onde quiser, sem ser incomodado ou orientado pelos vigias ou pela administração.

Há 2 meses foi enviado inclusive um ofício com vários questionamentos para a Zoonoses sobre esse grave problema da superpopulação. Mas a Prefeitura simplesmente ignorou o questionamento, da mesma forma que vem ignorando o problema.

Improviso: Parque continua com “meio” administrador

A situação do administrador do parque continua indefinida. A antiga administradora Karina foi exonerada no Diário Oficial apenas em julho – apesar de não trabalhar mais no parque desde abril. E, desde então, não foi nomeado um administrador para o Parque da Aclimação.

Ou seja, estamos há meses em uma situação de improviso: o responsável pelo Independência está acumulando a administração dos 2 parques.

Eventos como fonte de recurso

Por fim, o Conselho Gestor está tentando ainda transformar os eventos realizados no Parque em benfeitorias para a população, utilizando uma medida da legislação para os parques já aproveitada em outros bairros.

Hoje, quem realiza um evento no Parque da Aclimação paga uma taxa para a Prefeitura. Pela legislação, essa taxa pode ser paga de 2 formas: depositando a verba no FEMA (Fundo Estadual do Meio Ambiente) ou bancando benfeitorias para o parque.

Como a burocracia para realizar benfeitorias é muito maior, os produtores de eventos optam pelo pagamento ao Fundo. Com isso, o parque perde muita receita, uma vez que não há garantia do retorno desse dinheiro para o Aclimação. O Conselho decidiu então condicionar a aprovação dos próximos eventos ao pagamento de benfeitorias.

A aplicação da medida não é assim tão simples, envolve uma mudança de cultura de gestores e produtores de eventos. Mas é uma boa nova, pode estar se abrindo aí mais um caminho para financiar melhoras em nosso parque.