Administração e Conselho do Parque reconhecem fiasco da reforma dos parquinhos. Nos ajude a evitar novos gastos

A mais recente reunião do Conselho Gestor do Parque da Aclimação, neste sábado 15 de agosto, foi tomada pela discussão sobre o descaso e o mau uso do dinheiro dos nossos impostos na reforma dos parquinhos infantis. Foram gastos meio milhão de reais dos cofres públicos e, memo assim, já há uma série de problemas.

Brinquedos antigos não recuperados, material mofado, madeira podre, parafusos expostos, piso emborrachado deteriorado e descolando. Tudo isso antes mesmo de ser aberto para as crianças — os parquinhos infantis seguem interditados devido à pandemia (veja as fotos ao final deste texto).

O piso emborrachado, além de privar as crianças do contato com a terra e impermeabilizar o solo do parque, requer manutenção constante e feita por técnicos especializados. Mas a colocação desse piso foi tão malfeita que, antes mesmo de começar a ser utilizado, já está descolando.

A denúncia do fiasco da obra apareceu no Conselho Participativo da Sé, citado neste site há uma semana, e foi levada ao Conselho Gestor do Parque pelo mesmo conselheiro.

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Não foi por falta de aviso

E aí somos obrigados a lembrar: o Movimento Mães e Pais da Aclimação ficou o ano passado inteiro alertando que isso aconteceria, inclusive distribuindo folhetos aos frequentadores do parque.

Infelizmente fomos ignorados e, ainda por cima, atacados de forma vil por aqueles com interesse em gastar centenas de milhares de reais do nosso dinheiro público em uma obra que se revelou eleitoreira e desnecessária.

Explicamos porque foi desnecessária: O Conselho Gestor, em parceria com a Secretaria do Verde e com a comunidade usuária dos parquinhos, levou muitas reuniões para elaborar um projeto de custo quase zero para os cofres públicos.

E este projeto ignorado previa justamente marcenaria e pintura dos brinquedos antigos e a cobertura dos tanques de areia. Era simples, barato e foi discutido e aprovado entre todas as partes após meses de conversa. Isso foi entre 2018 e 2019.

Lamentavelmente e sem justificativa alguma, esse projeto foi para a lata do lixo, sendo substituído por esse “novo”, ao custo de meio milhão de reais — confira o contrato ao final do texto, com o valor. Levou um ano para ficar pronto e agora se revelou fracassado.

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Como evitar mais desperdício de dinheiro?

A solução do problema dos parquinhos é complexa, o projeto já começou torto. E, só agora, depois do estrago feito, a administração promete rigor com a empresa contratada a peso de ouro.

Nos resta agora trabalharmos todos juntos para tentar evitar novas barbeiragens com nosso dinheiro público. Um primeiro passo é os órgãos públicos serem mais humildes e democráticos, e começarem a ouvir os usuários de verdade.

Se isso tivesse sido feito, os parquinhos teriam sido restaurados por um custo muitíssimo mais baixo e ainda preservados como sempre foram: com brinquedos de madeira (restaurados) e chão de terra, sem necessidade de manutenção especializada do piso e mantendo a capacidade de absorver as águas da chuva.

E aí a sua ajuda é fundamental. Estamos em ano eleitoral, e novas obras de necessidade duvidosa podem aparecer do dia para a noite. Vamos todos cobrar mais transparência e mais participação da população do Cambuci e da Aclimação no destino do nosso suado dinheiro púbico.

Acompanhe sempre os nossos informes e frequente as reuniões do Conselho Gestor do Parque. Vamos juntos construir um parque e um bairro melhor e mais democrático, com a participação de todos nas decisões. E sem mais obras milionárias decididas em gabinetes.

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Confira as fotos que comprovam a obra mal feita, o contrato de R$ 477 mil e o Diário Oficial que aumentou o pagamento, chegando a meio milhão de reais:

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Trecho do contrato entre a Prefeitura e a Dekton Engenharia relativo a reforma dos parquinhos, como valor de dinheiro público gasto na obra fracassada
Conforme comprova o Diário Oficial, o valor inicial de R$ 477 mil ainda teve um aditamento (acréscimo de dinheiro público), chegando meio milhão de reais.
Um dos brinquedos “reformados”
Nem mesmo as madeiras quebradas, que apresentam riscos, foram substituídas
O tal piso emborrachado todo solto, mal-colocado… e olha que tinha projeto pronto que nem precisava trocar o piso…
Até pedaço podre nos brinquedos a “reforma” deixou…
Mais e mais placas do tal piso, tudo soltas…
São dezenas de detalhes comprovando que o dinheiro público foi mal gasto e que os novos parquinhos não estão prontos para o uso de crianças.

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