Após o fechamento das áreas infantis do parque da Aclimação e promessas não cumpridas de reabertura, um grupo de mães e pais do bairro da paulistano da Aclimação se organizou para cobrar a reabertura dos espaços e mais qualidade de vida para suas filhas e filhos. Conheça essa história.
Histórico – Porque as áreas infantis estão interditadas.
Em abril de 2018, atendendo a um pedido do Conselho Gestor do Parque da Aclimação, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente fez um laudo parasitológico e fúngico de todas as áreas infantis do parque. O estudo foi necessário, segundo o relatório técnico da Prefeitura, “devido ao grande número de gatos domésticos residentes que costumam acessar essas áreas para transitar e realizar suas necessidades fisiológicas”.
Em agosto do mesmo ano, a Prefeitura divulgou o resultado do seu laudo: foi confirmado que as três áreas de recreação infantil estavam “positivas para ocorrências de formas infectantes de agentes responsáveis pela transmissão de doenças de importância em saúde pública, como a Toxocaríase, a Síndrome de Larva Migrans Cutânea, a Ascaridíase e a Dermatofitose cutânea”.
Por esta razão, em setembro os parquinhos foram interditados e as
recomendações do poder público foram:
- Que a população residente de gatos domésticos do Parque da Aclimação fosse recolhida e tratada para essas doenças;
- Desinfecção frequente dos brinquedos e bancos das áreas de recreação infantil e piquenique;
- Intervenção que evite o acesso de gatos domésticos com a implantação de cercamento e piso emborrachado
Situação atual – o descaso com as crianças continua
No dia 1º de março de 2019, uma das áreas infantis, conhecida como Recanto do Saci, foi reaberta sem que a situação crítica em que se encontra o Parque da Aclimação tenha sido resolvida ou ao menos encaminhada.
As únicas providências foram a pintura simples dos brinquedos infantis (que carecem de manutenção e cuidados maiores), a retirada da areia dos tanques e a colocação de uma placa com recomendações de higiene para os frequentadores – providências estas que este grupo de pais considera largamente insuficientes.
Desde a divulgação do laudo parasitológico pela Prefeitura, participamos de debates e contribuímos para que as áreas infantis fossem reabertas em condições que contemplem a saúde, a higiene e o bem-estar geral das crianças. Assim, foi acordado entre mães e pais, administração do parque, Conselho Gestor e Secretaria do Verde as seguintes medidas:
- Que não houvesse colônia ou alimentação de gatos residentes do Parque próximo às áreas infantis;
- Que fosse colocada areia nova nos tanques e que os mesmos fossem cobertos todas as noites para evitar que animais façam ali suas necessidades fisiológicas;
- Que os órgãos competentes colocassem em prática programas de controle e redução da população de gatos residentes no parque;
- Que não fossem construídos “criançódromos”, ou seja, que não fossem colocadas cercas nem fosse retirado dos pequenos a oportunidade da brincadeira nos tanques de areia. Não nos parece razoável que as crianças sejam penalizadas, cercadas e tenham suas atividades de lazer limitadas enquanto, por outro lado, a Prefeitura não toma todas as medidas cabíveis e o parque vive uma situação de abandono e degradação.
Além disso, qualquer intervenção nos parquinhos infantis deve priorizar sempre o bem-estar das crianças – ouvindo especialistas – e respeitar também a lei do tombamento do Parque da Aclimação, que prevê consulta ao Condephaat.
Reforçamos que todos esses pontos acima foram apresentados pelas mães e pais para a administração do parque e para a Secretaria do Verde – que os aceitaram – e durante reunião do Conselho Gestor do Parque da Aclimação, onde tudo foi aprovado.
Apesar disso, nenhuma dessas medidas foi colocada em prática.
Um dos parquinhos já foi reaberto, e os outros dois não têm previsão de reabertura. Diante dessa situação, nós, mães e pais, resolvemos divulgar para a população o que vem acontecendo. E também reivindicar medidas urgentes para que os 3 parquinhos sejam entregues à população em condições de salubridade adequadas.
Desta forma, nossas filhas e filhos – e todas as demais crianças paulistanas – poderão usufruir com segurança desse importante equipamento público de lazer da cidade.
Nossas crianças merecem respeito. Junte-se a nós.